quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Polêmicas na mídia: dinheiro e hipocrisia

Desde que me conheço por gente fico tão chocada com as coisas que vejo nos meios de comunicação que chego mesmo a pensar que eles (mais especificamente a televisão) são realmente instrumentos de lavagem cerebral pelo domínio do mal. Assustador visto dessa forma, não? Mas é isso mesmo... assustador!
De fato, eu particularmente, tenho mais acesso ao conteúdo da mídia através da internet (o que não está longe de ser um alívio, pois além das notícias em si ainda me deparo com opiniões aterradoras das pessoas a respeito delas), já que há tempos desisti da tv, rádio, jornais e revistas convencionais como veículos de informação, de tão impregnados pelo caos paralisante. Sei que não estou sozinha nessa sensação pois conheço várias pessoas que tomaram a mesma atitude antes que não conseguissem mais levar adiante suas rotinas diárias tamanho pavor e desesperança que se instauram após uma sequência de "informações" sobre a realidade/ atualidade humanas. De forma alguma estimulando a alienação, muito pelo contrário, mas que a proporção entre realidade e manipulação é bastante desigual nos veículos de "informação" não há dúvidas, ao menos não de minha parte. E quanto mais permitirmos que o caos se aproxime, mais facilmente ele pode se arraigar em nossa existência, é em que acredito.
E por trás de qualquer notícia há sempre duas molas propulsoras que me aterrorizam profundamente, talvez até mais que a própria notícia em si: hipocrisia e dinheiro! Pois é, vocês já pararam para pensar nisso? O que faz com que um acontecimento (ou sua invenção) mereça destaque/ manipulação na mídia, ou então o contrário, o porquê é preciso que seja "abafado" por ela? Se alguém encontrar um interesse altruístico como resposta à pergunta que faço, imploro que a compartilhe comigo!

Para exemplificar o que estou dizendo com um exemplo banal, a meu ver, vamos a uma situação recente que continua se alastrando: a polêmica entre o pronunciamento de cunho implicitamente sexual de um humorista sobre uma celebridade grávida... e, sim, estou falando de Rafinha Bastos e Wanessa Camargo.
Não defenderei o dito "humorista" impreterivelmente, pois, embora ele já tenha provocado com inteligência pessoas das quais eu mesma gostaria de ter algumas respostas (como no caso dos políticos), também reconheço extremo mau gosto em algumas de suas piadas, feitas à custa de situações que não são em nada cômicas (como a "vantagem" do estupro para mulheres feias). De qualquer modo, o que pretendo demonstrar aqui, no caso específico com a gravidez de Wanessa Camargo, são as duas molas propulsoras que citei anteriormente agindo no âmago dessa polêmica:
Primeiro: a HIPOCRISIA.
Por que uma mulher grávida é necessariamente intocável pelas questões "mundanas" como, por exemplo, a sexualidade? Ou alguém acredita que as mulheres grávidas são todas fecundadas unicamente no plano divino e não através da relação sexual ou da inseminação artificial, que seja? Por que o caráter inviolável da maternidade e da família, sendo que existem pais, mães, avós, tios, primos... totalmente ausentes ou mesmo perversas durante o desenvolvimento de alguns indivíduos? Questões que me remetem aos também "ofendidos" pelo texto Protocolos de Afeto, de Luiz Felipe Pondé, para a Folha de São Paulo (http://www.paulopes.com.br/2011/09/grande-parte-do-nosso-amor-familiar-e.html). E, antes que digam impropérios sobre minha relação com minha família, vejam como me manifestei a respeito (comentário de Anônimo 20/09/11 13:16).
E o "erotismo" que ofendeu a família não foi o mesmo que sustentou a carreira "artística" de Wanessa Camargo? Ou podemos dizer que ela jamais usou do artifício chamado "sex appeal" para fazer sucesso?
E o porquê de tanta celeuma em torno das palavras de um comediante, ainda que a qualidade do seu humor seja questionável, enquanto que diante de questões imprescindíveis (como nossa política tacanha e corrupta, ou mesmo de histórias boas a serem contadas e apoiadas) a mídia e as pessoas que a "compram" se mostram tão coniventes, convenientemente "cegas" e acomodadas?
Para responder a essa última pergunta chegamos, infelizmente, à segunda mola propulsora: o DINHEIRO!
Por que uma banalidade como essa merece tanto destaque, ou melhor, por quê só aquilo que mobiliza valores fúteis vende na mídia?
Por que as pessoas buscam a celebridade para obter fama e dinheiro, mas não aceitam serem atingidas pelos aspectos negativos de sua própria busca e usam o dinheiro obtido com a superexposição para silenciar outros que estão apenas usando os mesmos veículos de condução?
Por que as questões só são discutidas com fervor quando atingem pessoas de fama e/ou dinheiro, como se certos direitos não fossem inerentes aos seres humanos mas sim ao poder aquisitivo?

Colocadas estas questões, é importante manifestar que o casal possui mecanismos legais para buscar seus direitos e apóio que o façam caso tenham se sentido vítimas reais de desrespeito... e o humorista pode ter que vir a pagar por exercer a chamada liberdade de expressão. Mas objetivar silenciar absolutamente um indivíduo é uma pretensão que me faz temer mais as "vítimas" que o próprio "agressor".

terça-feira, 12 de julho de 2011

Tranquilamente e sempre...

Hoje o dia foi cheio... ou será que é coisa da minha cabeça??? De qualquer maneira, como o objetivo desse espaço é ser catártico, o que mais importa realmente é o que está na minha cabeça. Só que hoje sinto-me exaurida para escrever e com certeza os sentimentos mobilizados são importantes por vários motivos mas, deixarei para descorrer detalhadamente sobre eles quando estiver inteiramente disposta. Em vez disso, postarei este poema... e acho que ele cabe muito bem para o hoje não passar em branco literariamente.
*E eu mesma acredito que até o que está morto muda!


"Mude...
mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.


Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
Viva outros romances!

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.

Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas.
Troque de carro.
Compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.

Lembre-se de que a Vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.

Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.


Só o que está morto não muda!"*

(Edson Marques)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O "caminho do meio"

Se a palavra "nunca" e a expressão "para sempre" não existissem acredito que conseguiríamos ser muito mais "livres".
Já parou para pensar em quantas vezes nos aprisionamos à infelicidade remoendo tudo aquilo de bom que acreditamos "nunca" acontecerá em nossas vidas? Ou então ao mal que acreditamos durará "para sempre? Ou ainda ao mal que "nunca" acabará ou a tudo de bom que não durou ou não durará "para sempre"???
Hoje vejo quanto tempo e quantas boas experiências desvalorizei, crendo piamente que o bom deveria durar para sempre para ser realmente bom. E também quanta energia foi disperdiçada em sofrimento, remoendo a crença de que o mal nunca deveria acontecer! Visão limitadíssima essa, agora reconheço. Porque, sem dúvida, tudo que é bom ou ruim num primeiro momento pode perfeitamente tornar-se o oposto no momento seguinte e vice-versa... dependendo do contexto em que vivenciamos a experiência e o aprendizado (ou não) que extraímos dela.
Evidência indiscutível de tudo isso é que, mais uma vez, esse processo de reconhecimento de nossas prisões mentais e luta para derrubar grades invisíveis é algo que requer investimento pessoal e dedicação a todo momento. Salvo casos em que há comprometimento orgânico e/ou neurológico, a oportunidade está aberta a todos nós, mais especificamente dentro de cada um de nós mesmos!
Todo extremo nos afasta da iluminação... o "caminho do meio"... não como quem fica "em cima do muro" mas sim busca o equilíbrio.

domingo, 10 de julho de 2011

Finalmente, mais que finalmente...

Pois é... e eu que pensei estar preparada para escrever cometi o primeiro grande erro: intentei libertar-me já aprisionando-me a um roteiro. Imaginei que após o "Finalmente...", meu post seguinte deveria ser sobre minha história de vida, o que teria me levado a criar o blog, mais especificamente este blog e, como muitas outras questões povoaram meus pensamentos clamando por vazão, atrapalhei a mim mesma, atando minha escrita a um roteiro, como se assim funcionasse a criatividade... tsc tsc tsc...
Enfim, primeira lição virtual-emocional aprendida, e volto-me a este espaço em seu objetivo primordial que é oferecer uma possibilidade de catarse... a "libertação" através das palavras, buscando trazer à consciência o subconsciente e até mesmo o inconsciente, por quê não!? E primando por este objetivo, meu blog será anônimo, ao menos por um bom tempo...
De acordo com Mahatma Gandhi, pensamentos tornam-se palavras, palavras tornam-se atitudes, atitudes tornam-se hábitos, hábitos tornam-se valores e nossos valores nos levam ao nosso destino. Daí a importância de manter, para começar, os pensamentos positivos mas, será realmente possível? Hoje acredito intensamente que sim e, mesmo que os pensamentos não sejam 100% positivos, sempre podemos encontrar um bom caminho através deles... e empregá-los construtivamente! E vejam, para quem me conhece "ler" esse pensamento otimista vindo do meu íntimo é uma grande surpresa... rs.
Sempre é tempo, desde que a gente não desista e, logicamente, só ajuda termos ao nosso redor pessoas que também não desistem!

domingo, 12 de junho de 2011

Finalmente...

Caros(as),

finalmente saí do esconderijo!

Estava a esconder-me do medo, das dúvidas, do desafio que é escrever e questionar a si, ao outros, ao mundo... não apenas no meu universo fantástico particular e sim aqui, em público! Sujeita a arrebatar corações, despertar desafetos mas, o pior de tudo, sujeita à imensa frustração de não provocar qualquer emoção em quem quer que seja, se não em mim mesma. Aí terei certeza da minha origem extraplanetária, de uma realidade pararela ou algo do tipo... rs. Mas, em mente sempre o grande provérbio chinês: "Ser pedra é fácil, difícil é ser vidraça"... e eu sempre me interessei pelas coisas mais difíceis!
Enfim, aqui estou eu, começando a compartilhar com o universo virtual, minha jornada, na trilha da esperança...

Boa noite!